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Mostrando postagens de novembro, 2024

20 de novembro dia da Consciência Negra: Tempo de aquilombar*

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"Existiu Um eldorado negro no Brasil Existiu Viveu, lutou, tombou, morreu, de novo ressurgiu Ressurgiu Pavão de tantas cores, carnaval do sonho meu Renasceu Quilombo, agora, sim, você e eu Quilombo Quilombo Quilombo Quilombo" Quilombo, o Eldorado Negro Neste 20 de novembro o Projeto Imersão Literária nos convida à aquilombar* Olhar para a nossa história com consciência,  entendendo que "Não dá para falar em consciência humana enquanto pessoas negras não tiverem direitos iguais e sequer forem tratadas como humanas." ( Djamila Ribeiro ) O dia da Consciência Negra é um dia para nos lembrar que a história do Brasil é marcada por séculos de colonização, usurpação de terras e escravização de seres humanos.  Allan da Rosa  em  Zumbi assombra quem?  e  Jarid Arraes  em  As lendas de Dandara  reforçam o que nos diz Djamila Ribeiro, Conceição Evaristo, Gilberto Gil e tantas outras vozes que cantam o direito de liberdade. Quilombo, o Eldorado Negro "Existiu Um eldorado ne

Conceição Evaristo: Becos da memória

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    "...Invento sim e sem o menor pudor. Às histórias são inventadas, mesmo as reais, quando são contadas"  Conceição Evaristo O Projeto Imersão Literária no mês da Consciência Negra exalta Conceição Evaristo imortal pela Academia Mineira de Letras. Apresentamos para deleite a resenha da obra Becos da Memória. Disponível para empréstimo na sala de leitura Resenha: O livro "Becos da memória" é um romance de caráter memorialista e ficcional escrita pela escritora brasileira Conceição Evaristo que representa a realidade cotidiana vivida dentro de uma comunidade na favela e as dificuldades para enfrentar as consequências do desfavelamento. "Tenho dito que Becos da Memoria é uma criação que pode ser lida como ficções de memoria. E, como a memoria esquece, surge a necessidade da invenção" Conceição Evaristo Os fragmentos que compõem Becos da memória procuram aliar a denúncia social a um lirismo de tom trágico, o que remonta ao mundo íntimo dos humilhados e ofen

Clássicos da Literatura Brasileira: Conceição Evaristo

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“Hoje a gente tem um movimento de falar com a nossa voz. Me perguntam se falo pelas mulheres negras. Eu não falo pelas mulheres negras, falo como mulher negra, com as mulheres negras.” Conceição Evaristo A escritora mineira nasceu em 1946, em uma favela na zona sul de Belo Horizonte. Trabalhou como empregada doméstica e completou seus estudos secundários aos 25 anos. Mudou-se para o Rio de Janeiro (RJ) e passou em um concurso público para o magistério. Graduou-se em Letras na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é mestra em Literatura Brasileira pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e doutora em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e atualmente é professora universitária na UFMG. Estreou sua carreira literária em 1990 com obras publicadas na antologia Cadernos Negros. Seu romance de estreia é Ponciá Vicêncio (2003) que foi traduzido para o inglês e publicado nos Estados Unidos cinco anos depois. Com obras que abordam a que

Projeto Imersão Literária: Lélia Gonzalez no mês da Consciência Negra

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"Enquanto a questão negra não for assumida pela sociedade brasileira como um todo: negros, brancos e nós todos juntos refletirmos, avaliarmos, desenvolvermos uma práxis de conscientização da questão da discriminação racial neste país, vai ser muito difícil no Brasil, chegar ao ponto de efetivamente ser uma democracia racial." Lélia Gonzalez Lélia Gonzalez, professora e filósofa brasileira, militante do movimento negro e do feminismo negro, produtora de relevante obra que, ao abordar as raízes da desigualdade social, política e econômica que atinge a população negra, fundamenta o enfrentamento e a resistência aos efeitos desta desigualdade. Lélia Gonzalez nasce em uma família de poucos recursos financeiros, sua mãe teve dezoito filhos, sendo Gonzalez a décima sétima criança. A mãe, de origem indígena e o pai, de origem negra, trabalhavam para sustentar a família, a mãe como empregada doméstica e o pai como ferroviário. Em 1942, a família muda-se para o Rio de Janeiro, indo mor

Mês da Consciência Negra: Djamila Ribeiro

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"A representatividade é importante, porque não basta ser mulher e mulher negra, mas tem que estar comprometida com as questões, e eu estou. Comprometida com as pautas feministas, com a questão racial, com a agenda dos direitos humanos no Brasil."  Djamila Ribeiro No Mês da Consciência Negra o Projeto Imersão Literária apresenta inúmeras obras de autoras e autores brasileiros que nos ajudam a refletir sobre a nossa sociedade. " Numa sociedade como a brasileira, de herança escravocrata, pessoas negras vão experienciar racismo do lugar de quem é objeto dessa opressão, do lugar que restringe oportunidades por conta desse sistema de opressão. Pessoas brancas vão experienciar do lugar de quem se beneficia dessa mesma opressão. Logo, ambos os grupos podem e devem discutir essas questões, mas falarão de lugares distintos." Como bem descreve  Djamila Ribeiro Djamila Taís Ribeiro dos   Santos é uma importante voz contemporânea em defesa dos negros e das mulheres. Filósofa,

Consciência Negra: Na Minha Pele (Lázaro Ramos)

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"Para ser sincero, eu nem mesmo ouvia o termo negro dentro de casa. "A gente, que é assim, tem de andar mais arrumadinho." A palavra "assim" dizia tudo e nada ao mesmo tempo". Lázaro Ramos A obra do ator Lázaro Ramos, é um automatizado de memórias, vivências e questionamentos raciais como a auto estima do corpo negro, segurança e liberdade e qual é o peso do legado da escravidão no Brasil para a sociedade e principalmente às comunidades negras. Na Minha Pele é um livro de linguagem simples, aonde o autor fala diretamente com o leitor, e conta histórias quase como se estivéssemos em uma roda de contos e conversa! Resenha:  Minha Pele Por: Natalia Sofia Peixoto Lima Na primeira parte do livro, Lázaro nos leva como colegas de viagem (como ele mesmo diz), de volta a sua infância, criação e iniciação no teatro,  nos apresenta a sua família e amigos, e principalmente, no primeiro capítulo conta sobre sua terra natal, e como sua ancestralidade à moldou desde o

Novembro: Bora lá semear consciência, na esperança de construir um mundo mais justo, igualitário, sororico e fraterno!

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"Não dá para falar em consciência humana enquanto pessoas negras não tiverem direitos iguais e sequer forem tratadas como humanas." Djamila Ribeiro No mês de novembro o  Projeto Imersão Literária  convida à reflexão sobre o dia vinte de novembro o dia da consciência negra no Brasil, instituída pela lei nº. 12.519 de 10 de novembro de 2011, a fim de responder algumas perguntas como: por que surgiu o dia da consciência negra? É realmente necessário um dia como esse? Outras indagações e polêmicas que surgem é: “se existe o dia da consciência negra, então por que não existe o dia da consciência branca?” Ou, outros argumentos como, “ isso é racismo dos próprios negros!” A fim de responder todas essas indagações, sugerimos a leitura do Artigo de Felipe Silva Alves   enviado para o Portal Geledés :  este artigo se propõe a demonstrar três razões suficientes quanto à necessidade de ter um dia especifico para a consciência negra no Brasil. A primeira razão será o argumento filosófico

Clássicos da literatura Brasileira: Luiz Gama

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Quem sou eu? Quem sou eu? que importa quem? Sou um trovador proscrito, Que trago na fronte escrito Esta palavra — "Ninguém!" — Luís Gama Luís Gama foi uma importante personalidade negra do Brasil na segunda metade do século XIX. Foi jornalista e rábula (advogado sem formação) de destaque e usou suas posições para denunciar e combater o racismo, além de ter sido adepto do movimento abolicionista, ajudando a libertar mais de 500 negros escravizados ao longo de sua vida." "Luís Gama foi um dos maiores abolicionistas do Brasil na segunda metade do século XIX e usou de suas posições e de sua influência para defender o fim da escravidão e auxiliar negros escravizados. Ele manifestava sua oposição à escravidão em seus artigos jornalísticos, participou de associações abolicionistas, e foi uma figura engajada." O engajamento político e a estrutura semântica seja ela satírica ou lírica, dos versos de Luiz Gama, se mesclam produzindo uma poesia precursora daquilo que hoje

20 Dia da Consciência Negra: Zumbi e Dandara de Palmares Presentes, ontem, hoje e sempre!

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"O nosso herói nacional foi liquidado pela traição das forças colonialistas. O grande líder do primeiro estado livre de todas as Américas, coisa que não se ensina nas escolas para as nossas crianças. E quando eu falo de nossas crianças, estou falando das crianças negras, brancas e amarelas que não sabem que o primeiro Estado livre de todo o continente americano surgiu no Brasil e foi criado pelos negros que resistiram à escravidão e se dirigiram para o sul da capitania de Pernambuco, atual estado de Alagoas, a fim de criar uma sociedade livre e igualitária. Uma sociedade alternativa, onde negros e brancos viviam com maior respeito, proprietários da terra e senhores do produto de seu trabalho. Palmares é um exemplo livre e físico de uma nacionalidade brasileira, uma nacionalidade que está por se constituir. Nacionalidade esta em que negros, brancos e índios lutam para que este país se transforme efetivamente numa democracia." Lélia Gonzalez "A história do Brasil é uma his

Clássicos da Literatura Brasileira: Maria Firmina dos Reis, presente, ontem, hoje e sempre

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O Enem 2023 nos trás uma importante reflexão sobre o lugar da mulher na sociedade brasileira. "Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil". Enfrentar a invisibilidade do papel da mulher estigmatizada como "cuidadora" é de fato um desafio colossal, visto o histórico de colonização patriarcal e escravagista enraizado até os nossos dias. Neste mês de novembro, mês da Consciência Negra, o Imersão Literária convida a um mergulho neste tema, fazendo um recorte de raça e classe. "A invisibilidade da mulher negra dentro da pauta feminista faz com que ela não tenha seus problemas nem ao menos nomeados. E não se pensa em saídas emancipatórias para problemas que nem sequer foram ditos." Djamila Ribeiro Resgatamos a vida e obra de Maria Firmina dos Reis (1822-1917) primeira mulher negra a publicar um livro no Brasil. Nasceu no Maranhão e ficou órfã aos cinco anos. Era presença constante na imprensa local com

Clássicos da Literatura Brasileira: Lima Barreto, presentes, ontem, hoje e sempre!

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"É raro encontrar homens assim, mas os há e, quando se os encontra, mesmo tocados de um grão de loucura, a gente sente mais simpatia pela nossa espécie, mais orgulho de ser homem e mais esperança na felicidade da raça." Lima Barreto Lima Barreto foi um dos principais escritores do pré-modernismo* brasileiro. Além de escritor, ele foi jornalista e suas obras estão relacionadas com temáticas sociais e nacionalistas. Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu em 13 de maio de 1881 na cidade do Rio de Janeiro. Autor de romances, contos e crônicas memoráveis; jornalista polêmico, com presença marcante em diversos órgãos de informação; e, sem dúvida, um dos mais destacados escritores brasileiros das primeiras décadas do século XX Com suas crônicas, contos, romances e escritos autobiográficos, Lima Barreto deixou uma obra de relevo, que percorre criticamente a realidade brasileira, em especial os momentos que se seguem ao término da escravidão e à implantação da República. Sua ficção d

Clássicos da Literatura Brasileira, presentes, ontem, hoje e sempre: Carolina de Jesus (Quarto de despejo)

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"Há de existir alguém que lendo o que eu escrevo dirá: isto é mentira! Mas, as misérias são reais." Carolina de Jesus Resenha:  Por Natalia Sofia Peixoto Lima Quarto de despejo: Diário de uma favela (Carolina de Jesus) Quarto de Despejo: o diário de uma favela de Carolina Maria de Jesus atrás para o leitor a nua e crua realidade do que eram e são até hoje as favelas do Brasil. Esse livro é uma coletânea de quase 20 diários escritos durante 5 anos onde a autora descreve seus dias como catadora de papel e mãe solo de três crianças, Vera Eunice, João José e José Carlos. Carolina nasceu no interior de Minas Gerais, mas ainda jovem se mudou para São Paulo em busca de novas oportunidades. Na terra da garoa a autora conseguiu um barraco na favela do Canindé localizado às margens do rio Tiête, onde passou todo o tempo que escreveu seu livro Quarto de Despejo. O dia-a-dia de Carolina passa desde ir pegar água, catar papel nas ruas, arrumar uns trocados e receber comida, até as brigas

Imersão na Filosofia Ubunto: no mês da consciência negra "Eu sou porque nós somos"

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"Ubuntu:  “o que é comum a todas as pessoas" . Renato Nogueira No mês de Novembro celebramos o "Dia da Consciência Negra"*, dia 20 é dedicado à memoria de Zumbi de Palmares e daqueles que lutaram e lutam contra a escravidão, e o racismo. Um "dia simbólico" não dá conta do debate sobre "Consciência". Segundo a filósofa Djamila Ribeiro** "As pessoas têm dificuldade de entender que durante três séculos, quase quatro séculos, as pessoas negras foram tratadas como mercadoria, e construíram as riquezas desse país sem ter acesso a essas riquezas. E a partir daí essas desigualdades foram sendo construídas, então se pessoas negras hoje não ocupam espaços de poder, eles partem de um lugar social que suas oportunidades são restringidas por causa do racismo." O Filósofo Renato Nogueira*** define ubuntu  como “o que é comum a todas as pessoas”. A máxima zulu e xhosa, umuntu ngumuntu ngabantu (uma pessoa é uma pessoa através de outras pessoas) ind