Consciência Negra: Na Minha Pele (Lázaro Ramos)
"Para ser sincero, eu nem mesmo ouvia o termo negro dentro de casa. "A gente, que é assim, tem de andar mais arrumadinho." A palavra "assim" dizia tudo e nada ao mesmo tempo".
A obra do ator Lázaro Ramos, é um automatizado de memórias, vivências e questionamentos raciais como a auto estima do corpo negro, segurança e liberdade e qual é o peso do legado da escravidão no Brasil para a sociedade e principalmente às comunidades negras.
Na Minha Pele é um livro de linguagem simples, aonde o autor fala diretamente com o leitor, e conta histórias quase como se estivéssemos em uma roda de contos e conversa!
Resenha: Minha Pele
Por: Natalia Sofia Peixoto Lima
Na primeira parte do livro, Lázaro nos leva como colegas de viagem (como ele mesmo diz), de volta a sua infância, criação e iniciação no teatro, nos apresenta a sua família e amigos, e principalmente, no primeiro capítulo conta sobre sua terra natal, e como sua ancestralidade à moldou desde o início de tudo: a "Ilha, Baía de Todos os Santos".
O autor relembra muitas de suas vivências, e pontua diversas vezes como coisas que parecem ser simples remetem a algo muito maior, como a regra de uma calabresa ou quando "...Dizíamos, 'A gente é assim'. Eu sussurrei 'Minha oração é a liberdade"
Entre "Quero ser médico" e "Entre o laboratório e o palco" acompanhamos como o pequeno Lázaro se descobre ao mesmo tempo livre, portador do direito de sonhar e um cidadão com restrições raciais como amarras que ele ainda sequer entendia. Foi quando se viu em um outro cenário de sua vida, com escola nova, amigos novos e emprego novo em um episódio de embriaguez que Lázaro já adolescente descobre que é ator e saiu gritando pelos becos do Garcia "Eu sou ator!, Eu sou ator !" e a partir daí se dá sua consciência racial e sua indignação.
O autor relembra muitas de suas vivências, e pontua diversas vezes como coisas que parecem ser simples remetem a algo muito maior, como a regra de uma calabresa ou quando "...Dizíamos, 'A gente é assim'. Eu sussurrei 'Minha oração é a liberdade"
Entre "Quero ser médico" e "Entre o laboratório e o palco" acompanhamos como o pequeno Lázaro se descobre ao mesmo tempo livre, portador do direito de sonhar e um cidadão com restrições raciais como amarras que ele ainda sequer entendia. Foi quando se viu em um outro cenário de sua vida, com escola nova, amigos novos e emprego novo em um episódio de embriaguez que Lázaro já adolescente descobre que é ator e saiu gritando pelos becos do Garcia "Eu sou ator!, Eu sou ator !" e a partir daí se dá sua consciência racial e sua indignação.
"Por isso, digo sempre aos meninos e meninas que têm origem aproximada com a minha: não há vida com limite pré-estabelecido. Seu lugar é aquele em que você sonha estar" (Pg: 29)
"A literatura sempre disse mais sobre o homem no Brasil que a sociologia" (Pg: 35)
"A literatura sempre disse mais sobre o homem no Brasil que a sociologia" (Pg: 35)
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