Projeto Imersão Literária saúda Adélia Prado vencedora do Prêmio Machado de Assis da ABL
"O sonho encheu a noite
Extravasou pro meu dia
Encheu minha vida
E é dele que eu vou viver
Porque sonho não morre."
“A poesia brasileira está em festa com o reconhecimento da poeta Adélia Prado vencedora do prêmio Machado de Assis".
A poeta, escritora e filósofa mineira Adélia Prado é a vencedora do Prêmio Machado de Assis 2024, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto da obra. É o prêmio literário mais antigo e mais importante do país, entregue desde 1941. A entrega será no dia 19 de julho, no evento de aniversário da ABL.
A poeta, escritora e filósofa mineira Adélia Prado é a vencedora do Prêmio Machado de Assis 2024, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto da obra. É o prêmio literário mais antigo e mais importante do país, entregue desde 1941. A entrega será no dia 19 de julho, no evento de aniversário da ABL.
Nascida em 13 de dezembro de 1935, a mineira de Divinópolis Adélia Luzia Prado de Freitas, ou simplesmente Adélia Prado, como é conhecida, é uma poetisa, professora, filósofa e contista brasileira ligada ao Modernismo. Entre suas principais obras estão:
“O Homem da Mão Seca”, “O Coração Disparado”, “Terra de Santa Cruz”, “O Pelicano”, “A Faca no Peito”, “Filandras” e “Bagagem”, seu livro de estreia composto por uma coletânea de poesia muito elogiadas por Carlos Drummond de Andrade, que definia a produção da autora como “Fenomenal”. Os textos literários de Adélia Prado versam sobre o cotidiano, sobre a fé cristã, alegria e sobre a figura da mulher.
Professora por formação, ela exerceu o magistério durante 24 anos, até que a carreira de escritora tornou-se a atividade central. Em termos de literatura brasileira, o surgimento da escritora representou a revalorização do feminino nas letras e da mulher como ser pensante, tendo-se em conta que Adélia incorpora os papéis de intelectual e de mãe, esposa e dona-de-casa.
Uma pequena amostra da poética de Adélia - Dona Doida
"Uma vez, quando eu era menina, choveu grossocom trovoadas e clarões, exatamente como chove agora.
Quando se pôde abrir as janelas,
as poças tremiam com os últimos pingos.
Minha mãe, como quem sabe que vai escrever um poema,
decidiu inspirada: chuchu novinho, angu, molho de ovos.
Fui buscar os chuchus e estou voltando agora,
trinta anos depois. Não encontrei minha mãe.
A mulher que me abriu a porta, riu de dona tão velha,
com sombrinha infantil e coxas à mostra.
Meus filhos me repudiaram envergonhados,
meu marido ficou triste até a morte,
eu fiquei doida no encalço.
Só melhoro quando chove."
Outras obras: https://www.academia.edu/79100031/Poesia_reunida_Ad%C3%A9lia_Prado
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